quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O 3001 da musa intergalática RITA LEE

Fevereiro por aqui, só nos remete ao carnaval de 2012, da qual nossa Mulher Alegoria desfilou pela escola e samba Águia de Ouro, em pleno sambódromo do Anhembi, em Sampa. Hoje eu não vim falar sobre o carnaval, que por sinal já passou, mas, se quiserem saber o que rolou ano passado, o link do post está abaixo:

Enfim, dando continuidade a narração de shows antigos, do qual muitos fãs jovens (como eu) não puderam assistir, vou comentar sobre o show e o álbum “3001”, lançado em 2000, pela Universal Music.

O disco foi lançado entre junho/julho de 2000, e foi gravado em dois estúdios: Estúdio Midas e estúdio Mosh, ambos em São Paulo. A produção, como nos outros discos, foi assinada por Roberto de Carvalho.




















Futricando pela internet, encontrei uma entrevista em que Rita comenta a situação do novo álbum, que dá uma continuação à música “2001”, escrita por ela e por Tom Zé, em 1968. Por isso o nome “3001”.

"Foi preciso ter existido o astronauta libertado do 2001 mostrando o caminho das estrelas para que a raça humana pudesse vislumbrar sua quase impossível sobrevivência no universo do quarto milênio. (...) também foi preciso que em 3001 algum controle do tempo revertesse o calendário e mergulhasse mil anos atrás para saber como foi que o astronauta libertado desencadeou o sonho que não acabou."

Ah! Não podíamos esquecer os críticos! Todo mundo sabe que critica faz parte, então, escolhi uma publicada na extinta revista Eles e Elas, da editora BLOCH, em julho de 2000.


A MUSA MUTANTE DE DOIS MILÊNIOS:
Dezembro de 1968: Os Mutantes apresentam no IV Festival da Record a música 2001, de Tom Zé e Rita Lee (na época, a crítica saudou como uma toada tipo caipira eletrificada), com um auxílio luxuoso - o acompanhamento de Gilberto Gil tocando acordeão. Julho de 2000: Rita Lee retoma a parceria com Tom Zé e grava 3001, que traça uma estratégia para salvar a Terra quando o sol explodir. Papo de fim de Milênio, passível até de inspirar um belo roteiro de filme. De ficção científica, é claro. Trata-se de um hit dançante, com muitos efeitos sonoros, ruídos e riffs de guitarra. O álbum 3001, lançado pela Universal Music, foi produzido por Roberto de Carvalho, e passeia por vários estilos. Tem rocks pesados (Rebeldades, Você Vem, Mentiras) e baladas (História Sem Fim, Amor em Pedaços, Cobra), sem falar na própria regravação de 2001, agora sem resquício de caipira, ao contrário, soa como hard rock suingado com batida dance (!?!?), e com direito a belos solos de guitarra do seu filho Beto Lee (que dá um show em todas as doze faixas). A regravação de Erva Venenosa, com um ótimo arranjo de metais, surge como uma válvula de escape em meios às pauleiras destiladas por Lee & Cia. Trata-se da primeira música de trabalho e o clipe gravado pela Conspiração Filmes deve ajudar a torná-la o primeiro hit do CD. Vale destacar também a violenta, catastrófica e niilista Aviso aos Meliantes (Itamar Assumpção e Carvalho), que prega a deposição do presidente e promete juntar Marcelo D2 com Leonardo Da Vinci; e Pagu (Lee e Zélia Duncan, que também canta), que diz: Nem toda feiticeira é corcunda / Nem toda brasileira é bunda / Meu peito não é de silicone / Sou mais macho que muito homem. É isso aí. Elas pediram licença e foram à luta. O disco está bem "pra" cima, com muita pulsação, apesar da referência ao passado, em função da atualização de 2001 para 3001 (mas em nenhum momento observa-se tendência a déjà vu). “Com certeza vai agradar aos jovens e, é claro, a quem passou dos 40 anos”.

Abaixo, o anúncio do disco dando ênfase ao principal sucesso: Erva Venenosa.





















 

Rita, numa outra entrevista, chegou a falar sobre a participação dos filhos Beto e João, no disco: "Ainda não chegamos a ser uma Família Lima, mas a ideia até que é boa, hehehe... Nossa Família Leema parece que tem um belo futuro pela frente, pois Antônio já está arrasando nas guitarras também... Oba! três guitarras, um ótimo programador e um rostinho bonito como o meu só pode desembocar na praça da Apoteose, né mesmo?".

O jornalista Silvio Essinger pergunta: “Apesar dos temas intergalácticos e esotéricos da faixa-título, 3001 é um disco repleto de músicas falando sobre os mais prosaicos personagens femininos: a apaixonada de Você Vem, as mulheres cruéis de Erva Venenosa e Cobra, a encapetada de Rebeldade, a pensante-indignada de Pagu (parceria com Zélia Duncan) e a desesperada de Entre Sem Bater. Seriam elas na verdade faces da mesma Rita Lee?”.

No total o disco emplacou 3 hits nas paradas de sucesso: Erva Venenosa, Pagu e  O Amor em Pedaços. Erva Venenosa foi a canção mais tocada nas rádios do Brasil, sendo emplacada em três novelas. Fora os hits, “3001” ganhou o Grammy Latino, como “Melhor Disco de Rock”, em 2001.



















O álbum, que vendeu mais de 500 mil cópias, rendeu uma turnê nacional, que teve estreia no em setembro de 2000, no Teatro do Sesi, em Porto Alegre, e depois foi para o Rio, aonde se apresentou no ATL Hall.

A estreia da turnê era para ter sido uma semana antes do que foi, e no caso ela iria ser no Palácio das Artes, em BH, mas devido ao atraso do equipamento de som, que de Portugal, foi extraviado para Caracas, na Venezuela, por conseguinte o show teve de ser adiado.

Anúncio do show no Palácio das Artes, em Minas, dias 23 e 24 de setembro.












 

O cenário do show foi assinado por Gringo Cardia. As roupas foram assinadas pelos anos de carreira de Rita e o set list... Mais RITA LEE impossível!

No repertório do show, entraram eternos sucessos como Fruto Proibido, Vírus do Amor, Doce Vampiro, Saúde, O Futuro Me Absolve (da época do Tutti Frutti), uma releitura de Eu Sou Terrível (Roberto e Erasmo Carlos), do disco, entraram 3001, 2001, Rebeldade, Erva Venenosa e Pagu. 

Durante as apresentações, os fãs tiveram a surpresa de ouvir faixas com arranjos modificados, "(...) pelo fato de existir a anfetamina natural do palco, as músicas mais eletronificadas, como 3001 e 2001 ficaram mais roquenrolísticas ao vivo, apesar de mantermos as programações que foram usadas na gravação", disse a nossa querida musa intergaláctica dos anos 3001.












O show se tornou um especial de fim de ano, exibido pela Rede Bandeirante, gravado no Olympia, em São Paulo. Entre canções novas e hits, arranjos novos, e um cenário magnífico, entravam participações magníficas, como Caetano Veloso, Paula Toller, Patu Fu e Zélia Duncan, cantando Eu Sou Terrível, Lá Vou Eu, O Amor em Pedaços e Pagu, respectivamente.










http://catracalivre.folha.uol.com.br/2013/02/vote-o-que-voce-quer-ver-na-virada-cultural/