quarta-feira, 28 de março de 2012

Inesquecíveis apresentações: Fruto Proibido (1975)


“Suas músicas, a poesia em obras de arte dentro de determinados contextos inseridos têm uma carga de sobrevivência na contramaré que faz disso tudo uma alegoria em ritmo e estética rock tropical pedra quente ou mesmo nas letras de um subproduto. O sol saiu, o vento é a favor, mas meu barquinho é do contra... Fazer do humor sarcástico simbolismo é uma metáfora que eu agradeço. A metanarrativa a exime de compromissos então, quando a pessoa (e não o eu-lírico) assume uma postura que nos agrada a gente preza o que pode e o que quer nossa língua e nossos jeitos de ser característicos mesmo dentro do antropofagismo e outras maneiras de agregar o melhor dentre poetas de correntes diferentes. Imagina Cecília Meireles e Clarice Lispector compondo rock’s a quatro mãos. Coloca mais um não sei o quê de deselegância discreta. Adoro!!!”

                                                                                           Texto enviado por um fã.

 Não foi à toa que eu e outras pessoas, como o fã que escreveu o texto acima, nos apaixonamos pela Rita. Além de suas lindas canções, tem o seu jeito de ser. Lembro como se fosse ontem, eu escutando a primeira vez o disco "Fruto Proibido", na vitrola.













O que não faz a nossa musa se inspirar tanto a não ser a sua natureza por si só e nós, os fãs? Somos uma boa parte da inspiração que ela sente, há mais de 45 anos atrás. Rita nunca ligou para a quantidade de fãs, até mesmo porque sabe que não é são dois ou três, são vários.

Desde quando foi expulsa dos Mutantes, em 1973, Rita se sentiu com mais liberdade para escrever, gravar, cantar a hora que quisesse, era uma garota hippie e livre, em plena ditadura militar. Em 1974, após a fase Cilibrinas, já com o Tutti Frutti, Rita lançou pela Philips o disco Atrás do Porto tem uma Cidade, que teve poucas vendas, causando a saída de Rita Lee & Tutti Frutti da Philips, para a Som Livre.













Após a entrada na Som Livre, Rita já estava trabalho a gravação do histórico Fruto Proibido, que emplacou com as mais de 250 mil cópias vendidas, consagrando assim, Rita a rainha do rock.

O disco fez tanto sucesso que Rita participou do programa Globo de Ouro, que consagravam os melhores artistas e músicas do ano e teve duas das nove faixas em trilhas de novelas da rede Globo, mais a música “Lá vou eu” que foi lançada em um compacto, junto com “Ovelha Negra”, no mesmo ano.

















MÚSICOS:
§  Rita Lee: voz, violão e sintetizador.
§  Luis Sérgio Carlini: guitarras, slide, violão, gaita e vocal.
§  Lee Marcucci: baixo e cowbell.
§  Franklin Paolillo: bateria e percussão.
§  Guilherme Bueno: piano e clavinete.
§  Rubens Nardo: vocais.
§  Gilberto Nardo: vocais.

DATA DE GRAVAÇÃO E LANÇAMENTO:
Gravação: Estúdio Eldorado, em Sampa, abril de 75.
Lançamento: Junho de 1975.


Após o lançamento do novo disco, Rita saiu com a turnê Brasil a fora, passando por várias cidades. No Rio de Janeiro, aconteceu o show de lançamento da turnê, no Teatro João Caetano (onde gravou o Acústico MTV, 1998), levando mais de 10 mil pessoas ao teatro. Depois do inesquecível show em terras cariocas, nossa musa iria começar uma temporada no Teatro Aquarius, que não chegou a acontecer, pois a mesma foi presa no dia da estréia do show, o que eu irei contar no próximo post.

Fruto Proibido celebrou 35 anos de seu lançamento em 2010. Desde então, tem sido constantemente citado como um dos álbuns mais seminais e mais definitivos de todo o rock brasileiro, hoje é considerado um clássico e a obra-prima. Em 2007, foi eleito o 16º melhor disco brasileiro de todos os tempos na Lista dos 100 maiores discos da música brasileira feita pela Rolling Stone. Foi também incluído em uma lista da Super interessante dos principais álbuns do rock brasileiro. Tenho um álbum de fotos de um show que Rita fez no mesmo ano, com a mesma turnê, em São Paulo. As fotos pertencem à um fã e fazem parte de um acervo.



8 comentários:

  1. Parabéns pelo texto. Esse é sem dúvida um dos melhor discos que já existiu.

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  2. Não me canso de ler esse blog, parabéns, amo a Rita!!

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  3. Uma viagem na história da música, muito bacana!

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  4. Adorei as matérias da época, gostei demais. Carla

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  5. Victor Lee Jones29 março, 2012

    Demais o Blog, conteúdo raro e um assunto leendo. Ficou excelentíssimo.

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    1. Tudo o que é bom tem que ser compartilhado. Valeu, Victor!

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  6. Lembro muito dessa época, amo!!

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  7. Tem algo que não bate. No texto diz que a temporada no Teatro Aquarius não chegou a acontecer, mas eu fui ao show de estréia em 1975. Tinha 15 anos. Me lembro como se fosse hoje, a música do bis foi Browm Sugar dos Stones.

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