“Suas músicas, a poesia em obras de arte dentro de
determinados contextos inseridos têm uma carga de sobrevivência na contramaré
que faz disso tudo uma alegoria em ritmo e estética rock tropical pedra quente
ou mesmo nas letras de um subproduto. O sol saiu, o vento é a favor, mas meu
barquinho é do contra... Fazer do humor sarcástico simbolismo é uma metáfora
que eu agradeço. A metanarrativa a exime de compromissos então, quando a pessoa
(e não o eu-lírico) assume uma postura que nos agrada a gente preza o que pode
e o que quer nossa língua e nossos jeitos de ser característicos mesmo dentro
do antropofagismo e outras maneiras de agregar o melhor dentre poetas de
correntes diferentes. Imagina Cecília Meireles e Clarice Lispector compondo
rock’s a quatro mãos. Coloca mais um não sei o quê de deselegância discreta.
Adoro!!!”
Texto enviado por um fã.
Não foi à toa que
eu e outras pessoas, como o fã que escreveu o texto acima, nos apaixonamos pela
Rita. Além de suas lindas canções, tem o seu jeito de ser. Lembro como se fosse
ontem, eu escutando a primeira vez o disco "Fruto Proibido", na
vitrola.
O que não faz a nossa musa se inspirar tanto a não ser a sua natureza por si só e nós, os fãs? Somos uma boa parte da inspiração que ela sente, há mais de 45 anos atrás. Rita nunca ligou para a quantidade de fãs, até mesmo porque sabe que não é são dois ou três, são vários.
Desde quando foi expulsa dos Mutantes, em 1973, Rita se
sentiu com mais liberdade para escrever, gravar, cantar a hora que quisesse,
era uma garota hippie e livre, em plena ditadura militar. Em 1974, após a fase
Cilibrinas, já com o Tutti Frutti, Rita lançou pela Philips o disco Atrás do
Porto tem uma Cidade, que teve poucas vendas, causando a saída de Rita Lee
& Tutti Frutti da Philips, para a Som Livre.
Após a entrada na Som Livre, Rita já estava trabalho a gravação do histórico Fruto Proibido, que emplacou com as mais de 250 mil cópias vendidas, consagrando assim, Rita a rainha do rock.
O disco fez tanto sucesso que Rita participou do programa
Globo de Ouro, que consagravam os melhores artistas e músicas do ano e teve
duas das nove faixas em trilhas de novelas da rede Globo, mais a música “Lá vou
eu” que foi lançada em um compacto, junto com “Ovelha Negra”, no mesmo ano.
MÚSICOS:
§ Rita Lee: voz,
violão e sintetizador.
§ Luis Sérgio
Carlini: guitarras, slide, violão, gaita e vocal.
§ Lee Marcucci:
baixo e cowbell.
§ Franklin
Paolillo: bateria e percussão.
§ Guilherme Bueno:
piano e clavinete.
§ Rubens Nardo:
vocais.
§ Gilberto Nardo:
vocais.
DATA
DE GRAVAÇÃO E LANÇAMENTO:
Gravação:
Estúdio Eldorado, em Sampa, abril de 75.
Lançamento:
Junho de 1975.
Após o lançamento do novo disco, Rita saiu com a turnê
Brasil a fora, passando por várias cidades. No Rio de Janeiro, aconteceu o show
de lançamento da turnê, no Teatro João Caetano (onde gravou o Acústico MTV,
1998), levando mais de 10 mil pessoas ao teatro. Depois do inesquecível show em
terras cariocas, nossa musa iria começar uma temporada no Teatro Aquarius, que
não chegou a acontecer, pois a mesma foi presa no dia da estréia do show, o que
eu irei contar no próximo post.
Fruto Proibido celebrou 35 anos de seu lançamento em
2010. Desde então, tem sido constantemente citado como um dos álbuns mais
seminais e mais definitivos de todo o rock brasileiro, hoje é considerado um
clássico e a obra-prima. Em 2007, foi eleito o 16º melhor disco brasileiro de
todos os tempos na Lista dos 100 maiores discos da música brasileira feita pela
Rolling Stone. Foi também incluído em uma lista da Super interessante dos
principais álbuns do rock brasileiro. Tenho um álbum de fotos de um show que
Rita fez no mesmo ano, com a mesma turnê, em São Paulo. As fotos pertencem à um
fã e fazem parte de um acervo.
Parabéns pelo texto. Esse é sem dúvida um dos melhor discos que já existiu.
ResponderExcluirNão me canso de ler esse blog, parabéns, amo a Rita!!
ResponderExcluirUma viagem na história da música, muito bacana!
ResponderExcluirAdorei as matérias da época, gostei demais. Carla
ResponderExcluirDemais o Blog, conteúdo raro e um assunto leendo. Ficou excelentíssimo.
ResponderExcluirTudo o que é bom tem que ser compartilhado. Valeu, Victor!
ExcluirLembro muito dessa época, amo!!
ResponderExcluirTem algo que não bate. No texto diz que a temporada no Teatro Aquarius não chegou a acontecer, mas eu fui ao show de estréia em 1975. Tinha 15 anos. Me lembro como se fosse hoje, a música do bis foi Browm Sugar dos Stones.
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