segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Atlântida, reino perdido por RITA LEE

Junho, julho e agora agosto com mais um big texto escrito por nossa RITA LEE, sendo colaboradora de jornais e revistas. O conto de hoje é baseado no mito do reino de Atlântida, tema inclusive de uma música de Rita, com o mesmo nome, e uma das minhas favoritas.

O texto foi veiculado no caderno infantil O Estadinho, do Estadão, em 1988. Deliciem-se!


Quem são essas crianças-borboletas que cada vez mais escolhem nosso
planeta Terra como moradia?

Essa meninada que está hoje vivendo e aprendendo a jogar e a raça dourada descendente dos Atlantes.

Senta um pouquinho aqui comigo e vamos ler juntos, que esta história não é muito longa.

Atlântida é o famoso reino perdido. E por que ninguém ainda “achou”, hein? Ah, é que os Atlantes eram de uma época mágica onde não havia dinheiro. Tudo era muito trocado, por exemplo: “Minha vaquinha me deu dois litros extras de leite, então vou trocá-los por duas dúzias extras de ovos que alguém deve ter!”. E assim por diante...

Ninguém era pobre nem rico em Atlântida, pois todos tinham de tudo.
Por que o Império do Bem, onde reinava a paz e a alegria, sumiu do mapa? Eu conto.

Um dia a bela Atlântida, com todos os seus habitantes convivendo telepaticamente felizes, festejava a razão de sua própria existência e agradecia deusas e deuses pela sorte, mas... que pena, nenhum Atlante percebeu que de repente se formava no mar uma onda gigantesca proveniente do ciúme invejoso do poderoso Rei Netuno, cujo não gozava das delícias e perfeições da Atlântida. 

Então, meus amiguinhos, eis que das profundezas de todos os oceanos desabou toda a água do mundo sobre a doce Atlântida.

Dizem que até hoje ela continua linda, submersa e prisioneira de Netuno, mas volta e meia Atlantes conseguem se comunicar conosco aqui, mas só com uma condição: você tem que ser ou conhecer uma criança-borboleta!!

Não é difícil não! Veja bem: é só você danar e cantar feito os índios, florir e perfumar feito as plantas, pular e brincar feito os bichos e principalmente saber que lá no fundo de você mora um Deus que é mais poderoso do que tudo e é esse Deus que conta pra gente todos os segredos de Atlântida. Então já sabe, né? Quando você for dormir, fique quietinho quietinho para escutar tudo, tá? Ou se não quiser dormir, procure um cantinho bem escondidinho e chame as borboletas para voar com você!
 
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